top of page

Minha alma sabia que viver era se entregar.


Hoje é só mais um dia daqueles que eu fico pensando no quanto você me tinha. Fico pensando e me perguntando se eu fui assim tão ruim.

Eu gostaria que me dissesse o que eu fiz de tão errado para você agir tão exagerado.

Seu exagero me machucou, sabia? Abriu uma ferida que ao invés de cicatrizar com o tempo, parece que infeccionou. Ela não para de doer.

E já faz tanto tempo...

Tanto tempo desde que nossas palavras foram jogadas ao vento, nossos planos foram esquecidos e, nossos sonhos compartilhados, divididos.

É estranho pensar que somos estranhos um para o outro agora.

É estranho lembra do seu cheiro, do seu beijo, do seu jeito de me segurar e me acariciar, da sua risada anasalada, do tom baixo da sua voz quando me chamava pelo apelido que você mesmo me deu, porque tudo parece tão recente em minha mente.

É difícil acreditar que tudo tenha se resumido a isso. A nada.

Lembra do nosso primeiro encontro? Lembra do nosso beijo nesse mesmo encontro? Lembra das nossas risadas escandalosas durante o filme, também nesse encontro? Lembra das nossas conversas, que se encaixavam tanto, na beira do mar, nesse primeiro encontro?

Eu lembro. E essas lembranças doem.

Dói pensar que em você eu tinha encontrado o meu melhor...

Dói lembrar do nós chegando ao fim e do modo como chegou...

Dói ver que o sol não renasceu. Não aqui. Não para mim.

Dói conviver com essa tempestade que tem vivido dentro de mim desde então...

Minha alma sabia que viver era se entregar. E ela se entregou.

N.


bottom of page